8 de fevereiro de 2021
Brasil apresenta desafios emocionais durante pandemia
Segundo pesquisa global de Insights da Experian sobre a pandemia da Covid-19, os maiores desafios são aqueles ligados às questões emocionais. Ansiedade, estresse e saúde mental foram citados por 44% dos mais de 3 mil entrevistados em todo o mundo como as maiores dificuldades no momento, com destaque para os brasileiros, dos quais 56% dos entrevistados mencionaram o assunto.
O país apresenta ainda os índices mais expressivos quando os tópicos são dificuldades financeiras, abordadas por 49% dos respondentes tupiniquins ante 37% da média global, e dificuldades físicas, com 44% das respostas, sete pontos percentuais acima dos participantes dos demais países. Outros itens com a mesma tendência foram educação das crianças e emprego
Brasil acima da média global
Na visão do economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os brasileiros foram um dos grupos mais afetados. “As famílias ficaram muito pressionadas nesse período, com demandas domésticas e financeiras. Muitos declararam ter reduzido o orçamento doméstico porque perderam seus empregos ou sofreram alguma mudança nas circunstâncias financeiras, trazendo obstáculos para honrar dívidas”, afirma.
De acordo com a pesquisa, por aqui, a maior dificuldade de pagamento se concentra nos cartões de crédito (33%), faturas de água, luz e gás (17%) e despesas médicas (15%). No geral, 56% dizem ter alguma turbulência para pagar contas, enquanto a média dos demais países foi de 46%.
Rabi explica: muitas vezes, as pessoas utilizam o crédito para pagar outras dívidas e evitar a suspensão de serviços, como fornecimento de luz e água. “A dificuldade em pagar o item pode indicar problemas prévios com outras contas em aberto, necessitando utilizar esse como um último recurso para manter os débitos em dia. Muitas instituições financeiras criaram linhas de crédito especiais e abriram a possibilidade de renegociação, portanto é importante utilizar estes recursos para evitar cair na inadimplência”, comenta.
Empresas criaram estratégias para ajudar
Apesar dos obstáculos, os consumidores puderam contar com o apoio das empresas. O levantamento também teve a participação de 900 companhias de diferentes setores e mostrou: 78% dos negócios nacionais afirmaram ter um plano existente para ajudar a gerenciar seus clientes em atraso decorrentes da crise. A média global é de 70%.
O Brasil é o país no qual a maioria das organizações afirma já ter alocado recursos para recalibrar e melhorar os modelos de análises existentes, com 56% das companhias participantes fazendo esta afirmação, bem acima da média mundial de 48%.
“O crédito impulsiona a economia e, durante a pandemia, as corporações precisaram buscar alternativas as quais trouxessem mais segurança nas análises para não perderem oportunidades, e, ao mesmo tempo, evitassem calotes. A inteligência dos dados, neste caso, é a melhor saída”, finaliza Rabi. Aproximadamente 60% dos negócios locais pretendem direcionar uma fatia maior do orçamento para aprimorar as análises dos clientes nos próximos meses.
Resultados
Na visão de Márcia Alves, consultora de RH em Campinas (SP), o investimento no colaborador é estratégico para as companhias superarem os desafios emocionais. “As respostas oferecidas e os retornos costumam ser muito bons. Afinal, um funcionário satisfeito e valorizado se engaja mais com a empresa e tende a ter maior e melhor produtividade”, explica.
De fato, segundo a publicação científica The Lancet Psychiatry, a cada dólar gasto em programas de cuidado cerebral, o retorno é de quatro dólares em produção e capacidade dos trabalhadores. A desmotivação é um grave problema para o negócio e tende a se ampliar em momentos tão críticos como o atual. Portanto, os gestores devem se atentar para esse fator a fim de garantir a satisfação e bem-estar do staff e evitar perda de talentos e resultados. Para isso, medidas como pesquisa de clima e feedbacks são indispensáveis.
Invista nas pessoas!
Fonte: Nube